Após termos postado matérias sobre os colonizadores que aqui se instalaram e que estão presentes em cada detalhe, desde a cultura, arquitetura, modos, falamos sobre as duas comunidades mais antigas de Florianópolis, chegou a vez de sabermos mais sobre o porque da expressão Manezinho da Ilha.

Manezinho é o termo utilizado para designar os nativos de Florianópolis, capital de Santa Catarina e região. A figura do manezinho se desencadeou na região praieira da ilha de Santa Catarina e mais tarde a todos os níveis da sociedade devido à colonização e ascendência histórica de meados do século XVIII quando da vinda da população das ilhas dos Açores, pertencente a Portugal para o sul do Brasil.

Os habitantes dessas ilhas também eram e ainda são chamados “manezinhos da ilha”, na qual os traços, costumes, cultura pesqueira e outras foram trazidas para cá, caracterizando ainda mais essa expressão. Podemos verificar ainda mais essa reprodução e perpetuação da cultura açoriana através da culinária, dos pensamentos, no modo de falar e outros.

Um traço marcante e que talvez seja o mais imponente dos já destacados está relacionado no modo de falar, ou seja, de forma rápida e cantante, com pronuncia peculiar e que já possui edição de “dicionário do Manezinho”, com gírias e expressões que fazem de Florianópolis um local atraente e único.

Se antigamente o manezinho era restrito apenas aos moradores situados mais na região praieira, ao longo do tempo os demais moradores passaram a ostentar orgulhosamente essa qualificação, ficando ainda mais evidente quando um dos maiores “personagens manezinhos”, o ex tenista Gustavo Kuerten se declarou “manezinho da ilha”, ajudando ainda mais na transformação da figura “pejorativa” para um símbolo de orgulho.

Podemos observar que não só a figura conhecida mundialmente de Gustavo Kuerten ajudou a alavancar esse sentimento como também na década de 80 com iniciativa de Aldírio Simões, criando o Troféu Manezinho da Ilha. Outra grande personalidade “manezinha” está ilustrada na figura da Dona Bilica, interpretada e criada pela atriz Vanderléia Will que personifica a típica rendeira, lavadeira de uma vila pesqueira de Florianópolis.

Ainda falando de grandes propulsores dessa cultura, um fato que culminou no “Dia do Manezinho” foi a instituição da lei municipal n° 6.764 da cidade de Florianópolis, sancionada no dia 2 de setembro de 2005 como sendo o primeiro sábado do mês de junho.

As expressões e a vocalização usadas no falar do povo simples nativo da Ilha de Santa Catarina é hoje uma das grandes riquezas aqui deixadas pelo povo açoriano e que possuí ainda traços evidentes, principalmente pela cordialidade, simpatia, angariando ainda mais valor para o turismo em Florianópolis.